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Ref: Post, Volkswagen, Nissan e o Etanol

No mês de abril, publicamos neste site um post intitulado “TESLA VS COSAN”, no qual comentávamos que, com muita propriedade, o Sr. Marcelo Martins, CFO da COSAN, provava por A + B que os veículos movidos a biocombustíveis trazem mais benefícios ao meio ambiente, em termos de neutralização de CO2, que os veículos movidos a eletricidade. 

Em hipótese alguma somos resistentes e contrários a tecnologias que tragam benefícios à sociedade e ao meio ambiente, porém, as mudanças de conceito que se avizinham e que se pretendem implantar em todo o mundo podem não ser tão benéficas assim, nem ao meio ambiente, nem à economia.

O texto citado (“TESLA VS COSAN”) discorre sobre a questão ambiental. Neste, falaremos sobre a questão econômica.

Se a matriz energética mundial não sofrer grandes alterações estruturais, a maioria dos países continuará a consumir combustíveis fosseis para produzir energia elétrica, como o fazem na atualidade. Raros são os países com energia elétrica limpa. Vale mencionar que o Brasil é um destes países e que do total de energia produzida, 80,3% vem de fontes renováveis, e os demais 19,7% de combustíveis fosseis, carvão e urânio.

Entendemos que ainda há muito potencial a ser explorado para a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, como solar, eólica e maremotriz.

Alguém já se perguntou o quanto de energia elétrica deverá ser produzida para atender à nova demanda, se as promessas de fabricação de veículos elétricos forem cumpridas?

Façamos um cálculo simples e conservador: a grande maioria dos automóveis brasileiros tem potência entre 50 e 150HP. Adotemos a potência de 70HP como média, ou o equivalente a 50kW. Imaginem que estes veículos de 50kW transitem em média 1 hora por dia, todos os dias.

A frota de automóveis brasileira é de, aproximadamente, 60 milhões de veículos. Se todos estes veículos forem usados apenas 1 hora por dia, a demanda de energia elétrica será de 60 milhões de veículos multiplicado por 50kW por veículo por dia, resultando em 3.000 milhões de kW por dia ou, em 24 horas, 125 milhões de kW ou 125 mil megawatt/hora.

O Brasil tem uma capacidade instalada de 170 mil megawatt, lembrando que é impossível produzir 100% da capacidade por fatores diversos, tais como falta de ventos, dias nublados, estiagem, entre outros.

Conclusão, para atender à demanda da frota de 60 milhões de automóveis elétricos seria necessário 70% da capacidade instalada brasileira, ou 100% da capacidade das hidrelétricas do país, operando a plena carga todos os dias do ano.

Evidentemente que a migração de veículos a combustão para elétricos não ocorrerá da noite para o dia, mas há países prometendo encerrar a produção de veículos movidos a motor a combustão em 2030. Se o Brasil também fizesse esta promessa, qual seria a situação?

São lacrados 2 milhões de automóveis novos ao ano, ou a necessidade de 4.200 megawatt a mais de geração de energia ou o aumento de capacidade instalada de no mínimo 6.000 megawatt ao ano para atender apenas a esta nova demanda.

Cenário brasileiro hoje:

Energia solar e eólica, capacidade instalada de 12.000 megawatt, ou seja, a cada ano os parques eólicos e fazendas solares deverão aumentar 50% em capacidade, ou;

Cada turbina da Usina Hidrelétrica de Itaipu tem capacidade de 700 megawatt, ou seja, a cada ano necessitaríamos adicionar mais 9 turbinas hidráulicas de características idênticas à de Itaipu em nossa matriz energética.

Existe solução para diminuir a emissão de CO2?

Sim, melhora de eficiência como emprego de biocombustíveis.

A Volkswagen defende o uso de veículos híbridos, motor a combustão movido a etanol e um sistema de recuperação de energia cinética KERS (Kinetic Energy Recovery System, usado com sucesso nos carros de Fórmula 1 e presente em muitos veículos).

Já a Nissan defende o uso de células de Hidrogênio, com a obtenção deste gás no próprio veículo a partir do Etanol.

Veja matéria intitulada “Como o ETANOL passou da quase morte para uma promessa mundial” no link: https://autopapo.uol.com.br/noticia/como-o-etanol-passou-da-quase-morte-para-uma-promessa-mundial/

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